A obesidade provoca uma série de alterações inflamatórias, hormonais e metabólicas no organismo. Essas mudanças criam um ambiente interno propício para o crescimento descontrolado de células, o que aumenta o risco de desenvolvimento de tumores nos rins.
Inflamação crônica: o corpo em constante alerta
O tecido adiposo (gordura corporal) é metabolicamente ativo e libera substâncias inflamatórias. Quando há excesso de gordura, ocorre uma inflamação crônica e persistente, que pode causar danos ao DNA das células renais.
Essas pequenas alterações genéticas acumuladas ao longo do tempo favorecem o surgimento de células malignas e, consequentemente, o câncer.
Resistência à insulina e IGF-1: o estímulo para o crescimento celular
Indivíduos com obesidade frequentemente apresentam resistência à insulina e níveis elevados de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina).
Essas substâncias estimulam a multiplicação celular de maneira desordenada: um dos caminhos que levam ao aparecimento de tumores. Nos rins, esse processo pode contribuir diretamente para o desenvolvimento do carcinoma de células renais.
Desequilíbrio hormonal: quando o corpo perde o controle
A obesidade também interfere nos níveis de hormônios como estrogênio, leptina e adiponectina. Esse desequilíbrio hormonal cria um ambiente favorável ao crescimento de células tumorais e reduz a capacidade do sistema imunológico de eliminar células anormais.
O resultado é um aumento significativo do risco de formação e progressão de tumores renais.
O que dizem as pesquisas científicas
Estudos robustos já confirmaram essa associação. Uma pesquisa publicada por Wang et al. (2014) no International Journal of Cancer apontou que pessoas com obesidade têm até 77% mais risco de desenvolver câncer renal quando comparadas a indivíduos com peso adequado.
De acordo com o Dr. Rafael Stopiglia, urologista oncológico,
“O excesso de gordura corporal promove alterações metabólicas silenciosas, mas perigosas. O que começa como um simples ganho de peso pode, ao longo dos anos, se transformar em um ambiente biológico favorável ao câncer. Por isso, o controle do peso é uma forma de prevenção tão importante quanto os exames de rotina.”
Prevenção: o melhor tratamento ainda é o cuidado diário
Manter um peso corporal saudável é uma das medidas mais eficazes na prevenção do câncer renal e de outras doenças crônicas. Isso envolve a adoção de hábitos simples, porém consistentes:
- Alimentação equilibrada, com predominância de alimentos naturais e minimamente processados;
- Atividade física regular, mesmo em intensidade leve ou moderada;
- Acompanhamento médico periódico, incluindo avaliação do peso, pressão arterial e função renal;
- Controle do consumo de açúcar, sal e gorduras saturadas.
Essas ações não apenas reduzem o risco de câncer, como também melhoram a qualidade de vida e o bem-estar geral.
Neste Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, é fundamental lembrar que a prevenção começa nas pequenas escolhas diárias.
O excesso de peso não é apenas uma questão estética — é um fator de risco comprovado para doenças graves, incluindo o câncer renal.
Segundo o Dr. Rafael Stopiglia, urologista oncológico,
“Cuidar do corpo é um ato de amor e responsabilidade. Prevenir a obesidade é também prevenir o câncer. O equilíbrio começa com consciência e constância.”
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